Os
trabalhadores da iniciativa pública e privada passarão a pagar alíquotas
progressivas para contribuir com a Previdência, segundo o Ministério da
Economia. As mudanças no sistema de contribuição constam da proposta de reforma
enviada hoje (20) ao Congresso Nacional.

Atualmente,
o trabalhador da iniciativa privada, que recebe pelo Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS), paga 8% se ganha até R$ 1.751,81, 9% se ganha de R$
1.751,82 a R$ 2.919,72 e 11% se ganha de R$ 2.919,73 até o teto do INSS, de R$
5.839,45. As alíquotas incidem sobre todo o salário até o teto.
Números
Pela nova
proposta, quem ganha um salário mínimo (R$ 998) contribuirá com 7,5% para a
Previdência. Acima disso, contribui com 7,5% sobre R$ 998, com 9% sobre o que
estiver entre R$ 998,01 e R$ 2 mil, com 12% sobre a renda entre R$ 2.000,01 a
R$ 3 mil e com 14% sobre a renda entre R$ 3.000,01 e R$ 5.839,45 (teto do
INSS). Dessa forma, um trabalhador que receber o teto do INSS contribuirá com
alíquota efetiva (final) de 11,68%.
De acordo
com a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia,
as alíquotas efetivas ficarão em 7,5% para quem recebe o salário mínimo, de
7,5% a 8,25% para quem ganha de R$ 998,01 a R$ 2 mil, de 8,25% a 9,5% para quem
ganha de R$ 2.000,01 a R$ 3 mil e de 9,5% a 11,68% para quem recebe de R$
3.000,01 a R$ 5.839,45 (teto do INSS).
No setor
público será aplicada lógica semelhante. Atualmente, o servidor federal paga
11% sobre todo o salário caso tenha tomado posse antes de 2013. Quem ingressou
no serviço público depois de 2013 paga 11% até o teto do INSS. Pelas novas
regras, o sistema de alíquotas progressivas será aplicado, resultando numa
alíquota efetiva (final) que variará de 7,5% para o servidor que recebe salário
mínimo a 16,79% para quem recebe mais de R$ 39 mil.
Arrecadação
Segundo o
Ministério da Economia, a mudança nas alíquotas da Previdência para os
servidores públicos federais reforçará a arrecadação em R$ 29,3 bilhões nos
próximos dez anos. Para os trabalhadores da iniciativa privada, o novo sistema
de alíquotas gerará gastos adicionais de R$ 27,6 bilhões para o governo. No
total, porém, ao somar trabalhadores da iniciativa privada e do setor público,
o novo modelo de alíquotas gerará economia de R$ 2,1 bilhões.
Segundo o
diretor de Programa da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, Felipe
Portela, a ideia é tornar o sistema mais solidário, fazendo os servidores
públicos, que ganham mais, contribuir mais em troca de beneficiar a parcela dos
trabalhadores da iniciativa privada, que recebem menos.
A
proposta de reforma da Previdência está sendo detalhada daqui do Ministério da
Economia. Além de Portela, participam da entrevista o secretário especial
adjunto de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco; o secretário de Previdência,
Leonardo Rolim, e o secretário adjunto de Previdência, Narlon Gutierre. Também
concedem explicações o procurador-geral adjunto de Gestão da Dívida Ativa da
União, Cristiano Neuenschwander.
Fonte:
Agência Brasil