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reforma trabalhista, junto com a terceirização
ilimitada, pode aumentar os casos de acidentes e adoecimentos ocupacionais.
Essa é a análise do supervisor do escritório regional do Dieese em São
Paulo, Victor Pagani. Em entrevista à Rádio Brasil Atual, ele
afirma que as mudanças colocam os interesses empresariais acima da saúde do
empregado.
Pagani alerta que os terceirizados serão os mais prejudicados, pois
são as principais vítimas dos acidentes de trabalho. As empresas
terceirizadas são menores, investem menos em segurança e expõem seus
trabalhadores a maiores riscos de acidentes. "Na Petrobras, mais de 80% dos mortos em serviços, entre 1995 e 2013,
eram terceirizados", afirma.
Um dos pontos da reforma trabalhista criticados pelo especialista é a
falta de controle da jornada de trabalho para os empregados que exercem a função remotamente, ou seja, de casa.
Segundo ele, o fato do funcionário ficar ligado praticamente todo o tempo
a dispositivos como computador e celular, sem ter um horário definido, aumenta
os riscos de adoecimento, por conta do estresse e da desorganização da vida
particular.
Ele também critica as mudanças nos intervalos de trabalho. O projeto
estabelece a possibilidade de jornada de 12 horas de trabalho com 36 de
descanso, antes restrita a profissionais de saúde, para qualquer área. Além
disso, a reforma estabelece um intervalo para o almoço, durante a jornada de,
no mínimo, 30 minutos, ao invés de uma hora, como estabelece a legislação
atual. "Quanto menor o tempo de descanso, maiores os riscos de acidentes
do trabalho e de adoecimento ocupacional", afirma Victor.
A reforma também afeta as gestantes, segundo o especialista. O
texto sancionado permite atuação de grávidas e lactantes em local
insalubre. Para ele, isso afetará a saúde das mães e do bebês. "As
empresas colocam os seus interesses acima de tudo e o trabalho vira um ambiente
de adoecimento e até mortes", critica.
Fonte: Rede Brasil Atual
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